quarta-feira, 23 de março de 2016

Na estante: O diário de Rutka

Olár, meus amores!

Como vocês estão, hein? Preparados para a comilança de páscoa e o ‘’ tá namorando?” dos tios??! Eu confesso que não. Mas é aquele ditado: Vamo fazê o quê? Pois é, manos. Força na peruca que Deus ajuda. Para você que, assim como eu, não aguenta esses papos típicos de família, a única maneira de fugir sem precisar pegar um avião é sacando um livro e deleitar-se numa boa história. De quebra, ainda saí como cult, diferentão, Jimmy Neutron, filho de Machado de Assis, parça de Shakespeare. Uma boa né, não? Então, vem comigo que tenho ótima indicação de leitura para você!

Jimmy Neutron

Sobre o livro:

Nome: O diário de Rutka
Autor: Rutka Laskier
Gênero: Diário
Ano do lançamento: 2008
Editora: Rocco
Páginas: 83

Se você é um/uma leitor(a) sagaz, o título desse livro te remeteu a outro: O diário de Anne Frank. Nesse caso, qualquer semelhança não é mera coincidência. Anne e Rutka compartilharam de um mesmo momento histórico – A Segunda Guerra Mundial. E, ambas, utilizaram da escrita como forma refúgio, reflexão e esperança de dias melhores. 
Filha dos poloneses Dovrah Hampel e Yaacov Laskier, Rutka é uma adolescente de catorze anos de idade que, embora nascida na Alemanha, tinha origem polonesa judaica. Os poloneses até apelidaram Rutka de Anne Frank Polonesa.  

Rutka, seus pais e seu irmão Henius-Joachim constituíam uma família bem estabelecida e viviam na cidade de Będzin. Lá,  eles tinham uma vida completamente normal e confortável até os primeiros rumores da guerra. É nessa atmosfera de pré-Segunda Guerra Mundial que escreve a jovem polonesa.

Uma das coisas que mais me chamaram a atenção nos relatos de Rutka, em geral é que embora haja esse plano de fundo histórico, é um diário de uma adolescente cheia de vida, juventude, dúvidas e questionamentos. Rutka tem um pensamento muito maduro e consciente sobre o momento em que ela vive e isso é refletido na sua escrita de modo que ela, inconscientemente, consegue unir os elementos que compõem o período da adolescência como a construção dos laços de amizade, o primeiro amor e a descoberta da sexualidade mesmo quando fala dos horrores do holocausto.

 Com a presença cada vez mais intensa dos nazistas na Polônia, Rutka e sua família foram enviados para um gueto - uma espécie de bairro onde os poloneses ficaram confinados antes de serem deportados para a execução em Auschwitz, prestando todo tipo de serviços para os alemães. Já no Gueto de Będzin os relatos da jovem se tornam mais angustiantes e angustiados. As última páginas do diário acabaram sendo perdidas por conta da má conservação, provavelmente. Rutka é deportada, em 1943 para Auschwitz.

O diário de Rutka ficou guardado por cerca de 62 anos por sua amiga, Stanislawa Sapińska. O imóvel em que viveu a família X pertencia à família de Stanislawa, que o desocupou para que pudessem construir o gueto.
Mas, para nossa sorte, esse diário foi descoberto e apresentado ao mundo. Ainda que tenha se passado anos, é necessário sempre que reflitamos sobre o horror do holocausto com a finalidade de nunca deixarmos que isso se repita.

Agora que já te deixei com aquela vontadezinha de conhecer (ainda que brevemente) o mundo de Rutka, sairei de fininho. Hahaahahaha Mas não antes de me despedir. Espero que vocês tenham gostado da resenha e que O diário de Rutka entre na lista das próximas leituras.

Um beijo carinhoso,
Lulu X.

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