quarta-feira, 1 de julho de 2015

Resenha: Sonhar não custa nada, ou quase nada?

Olá, Traquinas!!!  Tudo bem?!?
Então, no post de hoje  vou falar um pouco sobre um seminário que acompanhei na UERJ: "Sonhar não custa nada, ou quase nada?- Horizonte do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. O evento contou com a presença tanto de pessoas que trabalham diretamente com carnaval (carnavalesco, coreógrafo, mestre de bateria...) como de professores e pesquisadores que trabalham o mundo do carnaval dentro do ambiente escolar/ acadêmico.



Ficha técnica: 
Nome: Sonhar não custa nada, ou quase nada?- Horizonte do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro.
Local: Universidade Estadual do Rio de Janeiro- UERJ- Campus Maracanã; auditório 113/ 11° andar.
Edição: 1°
Data: 24 e 25 de junho de 2014. 
Realização: Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade do Rio de Janeiro e de Sociologia da Universidade de Brasília; Grupo de pesquisa Ilè Obà Òyó (UERJ) e Cultura, Memória e Desenvolvimento (CMD/ UNB).
  • Primeira mesa:  A arquitetura dos sonhos
A primeira mesa foi composta pelos carnavalescos Maria Augusta e Chico Spinoza e mediada pelo professor e pesquisador Edson Farias. Teve por objetivo falar um pouco sobre os desafios enfrentados por esses profissionais e também sobre as mudanças nos desfiles que vem acontecendo e que afetam o trabalho de criação do carnavalesco. 


Em sua fala, Maria Augusta falou do sonho que é pensar um desfile de escola de samba. Ela falou várias coisas que eu fiquei incrível!!! Deu pra sacar o quanto essa mulher é genia! Para ela, o carnaval é sacrifício, mas também é um sacro- ofício. Sacrifício, pois muitas vezes o carnavalesco pensa um desfile, mas, por vários motivos ele tem que abrir mão do sonho dele pra sonhar o sonho da agremiação. sacro-ofício, pois o carnaval mexe com a emoção das pessoas, o carnaval tem algo de sagrado. (Isso não é lindo?! *..*). Depois, a carnavalesca seguiu falando sobre o desafio que é pensar um desfile, pois você trabalha com duas linguagens: a verbal e a não- verbal. Então, o enredo tem que ser compreendido tanto por um cego, que não pode ver o desfile, mas ouve o samba, como também por um surdo, que não pode ouvir o samba, mas vê o desfile. A carnavalesca fechou sua fala falando da paixão. A paixão é essencial! Se você faz o seu trabalho com paixão, as chances de dar certo só aumentam. 
Eu achei muito boa a fala da Maria Augusta, sobretudo quando ela fala de paixão. Concordo totalmente com ela! Quando você é apaixonado pelo que faz, parece que essa paixão transborda e contagia! Tudo fica mais fácil e mais bonito! Não só no carnaval, mas na vida.

Depois, foi a vez de Chico Spinoza falar. O carnavalesco falou da sua experiência que começou na televisão (TV Tupi) e que isso influenciou suas criações no carnaval; lá que ele aprendera a lidar com cor e luz, já que não tem formação acadêmica. Falou dos seus desafios como carnavalesco, como é sonhar um desfile. Reiterou o que Maria Augusta falou sobre sonhar com a agremiação, algumas vezes, abrindo mão dos seus sonhos. Ele disse uma frase que eu gostei muito: "Não adianta você, como carnavalesco, propor um enredo que a escola não possa carregar.". Essa frase marcou muito, pois eu tenho visto isso acontecer em alguns desfiles do carnaval carioca. Enredos patrocinados, que a comunidade não "abraça"; enredos que não tem a cara da escola, mas que são feitos pra agradar juíz; entre outras coisitas mais que não vem ao caso agora. rsrsrs


  • Segunda mesa: O som, o corpo e o sonho
A segunda mesa foi composta pelo coreógrafo Jaime Arôxa, o mestre de bateria Odilon, o compositor Wilson Bombeiro e o compositor e ritmista Ivo Meirelles. A mesa foi mediada pela carnavalesca Maria Augusta. Teve por objetivo falar um pouco da musicalidade, ritmo, letra, comissão de frente que compõe o desfile. Foi discutido até onde vai a liberdade de criação do artista e também qual o lugar da tradição em meio a dinâmica do "inovar sempre" que o carnaval carioca vive.



A mesa foi mais uma conversa na qual os cinco componentes falaram de suas experiências pessoais e dos rumos que o carnaval carioca está tomando. Wilson Bombeiro e Ivo Meirelles ressaltaram como era a disputa de samba de enredo antigamente e de como está hoje em dia: ganha o samba que mais tiver torcida. Falaram bastante, também, sobre a questão de samba dos "sambas de escritório" (que um mesmo grupo coloca samba em várias escolas) e que, talvez seja por isso que os sambas estão cada dia mais perdendo a qualidade. Mestre Odilon concordou com os dois e acrescentou que, muita vezes (o que, pra mim, é quase sempre), a bateria que tem que "segurar" samba. Quando isso acontece, aceleram a bateria, "comem" compasso e acaba estragando a cadência da bateria.- Traquinaaaas, vocês tinham que estar lá nessa hora!!! Ivo Meirelles e o mestre Odilon fizeram uma demonstração de bateria pra explicar o que é um surdo de terceira e também pra explicar o que é bpm (batimento por minuto). Olha, Traquinaaas!!! Foi incrível!!! Uma bateria a quatro mãos!!!
Depois, Jaime Arôxa falou de como o samba de enredo influencia na comissão de frente e como é o processo de criação da coreografia. O coreógrafo ressaltou que o importante é a letra do samba. Os bailarinos precisam entender o samba com o qual estão trabalhando pra que eles possam se emocionar e se apaixonar pelo samba e pelo enredo- de novo aquela questão da paixão que transborda. Não é lindo!?

  • Terceira mesa: Reflexões sobre o espetáculo e os sonhos
Então, Traquinas, eu infelizmente não consegui chegar a tempo pra terceira mesa, já que estudo na UFRJ e o seminário foi na UERJ (Aaaaaah! Poxinha!). Mas alguns amigos meus que estavam lá falaram que a mesa foi muito boa. Contou com a presença do professor e pesquisador Edson Farias, dos professores Felipe Ferreira e Nilton Santos, do produtor cultural Luiz Carlos Prestes Filho e mediado por Milton Cunha (esse homem é o babado em pessoa, né?! rs). Bom, não tenho muito o que falar dessa mesa, já que não consegui chegar (Buáááá!!!), mas meus amigos tiraram uma foto (amo o whatsapp! rs).


  • Quarta mesa: Fazendo sonhos, tecendo mundos artísticos
A quarta mesa foi composta pelos professores André Porfiro e Jair Martins de Miranda, pelo diretor e ator Amir Haddad, pelo historiador, professor e escritor Luiz Antonio Simas e mediada pelo doutorando em História Social Luiz Anselmo Bezerra. Teve por objetivo falar um pouco sobre o carnaval em outros espaços culturais e, principalmente no meio acadêmico.


Os componentes da mesa falaram um pouco sobre suas experiências acadêmicas envolvendo o carnaval e expuseram suas pesquisas- foi o lado mais "seminário" do seminário... rsrsrs
André Porfiro falou sobre sua pesquisa que é voltada para a área da educação. Ele faz experiência em sala de aula utilizando o carnaval. Contou sobre a experiência com o desfile da São Clemente de 2015 o qual ele usou de plano de fundo e fez com os alunos uma releitura das fantasias para criar fantoches. Traquinaaaaas, tinha cada fantoche legal! rs
Jair Martins falou de sua pesquisa que visa olhar para o carnaval no mundo. Ele viajou e conheceu o carnaval na China, em Los Angeles, entre outros lugares- Nossa! Deve ser maravilhoso viajar o mundo pra conhecer o samba, né?! Imagina só ver todo o reconhecimento mundial que o carnaval carioca tem!?! Vendo a pesquisa dele, deu pra notar a magia que o samba e o carnaval tem! Ele transcende e transborda e atinge a todos que conhecem!!!!
Luiz Antonio Simas falou da pesquisa que deseja desenvolver futuramente: a gramática do tambor (só com esse título já dá pra ver que vem coisa boa por aí, né?!). Fez uma reflexão (que eu fiquei incrível com o que ele falou!!!) sobre como os estrangeiros dançam o samba: eles levantam os dedinhos de acordo com o tempo marcado pelos surdos de primeira e segunda. Mas por que os brasileiros sambam? Para Simas, os brasileiros sambam no silêncio entre um tempo e outro (caraaaaa, isso não é lindo???). Foi o que ele chamou de gramática do tambor: o tambor pergunta e o corpo responde- o que faz sentido, né. Quem consegue ficar parado ouvindo o tambor perguntar?!? Eu não consigo! 

Bom, Traquinaaaas, espero que vocês tenham gostado! Não é fantástico esse universo do carnaval?!?! Comenta aí que a Lulu S vai amar saber o que vocês acham dessa coisa de carnaval na academia!!!
Beijinhos da sua Lulu S!!!


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